terça-feira, 26 de setembro de 2023

FORTUNE TIGER (JOGO DO TIGRE): COMO GANHAR MUITO DINHEIRO

Se você ganha pouco, está com as contas apertadas e busca uma maneira de aumentar a renda a curto prazo, este texto é para você.

Não tem jeito, um dos assuntos do momento é Fortune Tiger, o famoso joguinho do tigre. Um slot online no qual, por meio das plataformas que o mantém, você pode realizar depósitos para jogar, multiplicar valores de prêmio e acumular dinheiro, que pode ser sacado quando quiser. Existem ainda outras variações: Fortune Rabbit (coelho), Fortune Ox (boi) e Fortune Mouse (rato). Há diversas estratégias para ganhar, fique por aqui e siga os passos. 

Qualquer ser humano em sã consciência, se questionado sobre a possibilidade de ter uma renda extra, irá demonstrar interesse. Como disse Jerry Seinfeld, “as pessoas não recusam dinheiro, é isso que nos diferencia dos animais”. Se uma pessoa com a mais tranquila das vidas financeiras faz questão de ter mais tranquilidade, que dirá alguém que ganha menos de 1 salário mínimo e meio?

Loterias, casas de apostas esportivas, jogos online, todo tipo de jogo de azar tem um caráter chamativo e divertido, mas que deve ser praticado com responsabilidade. O problema é que, quando você menos espera, passa a tratar a situação para além da eventualidade, tornando tudo uma grande bola de neve. Um passo para a diversão se tornar desespero.

Fortune Tiger passou a ser vendido como uma forma de ganhar dinheiro “brincando”, rápido e fácil. Inúmeros influenciadores digitais, dos mais variados ramos, têm feito divulgações de plataformas que abrigam os joguinhos, sempre com as telas dos celulares ostentando grandes valores, apostas altas com resultados enormes, trazendo uma sensação milagrosa para quem o assiste. A possibilidade de tranquilizar as contas se torna uma hipótese real para muita gente, mas poucos tem a sorte de realizar tal feito. Já são notórios os trágicos casos de perdas totais de grandes valores pessoais que levaram pessoas a recorrer ao suicídio.

 

Pessoalmente falando

Um colega de trabalho apresentou este jogo para todos os funcionários, mostrando como os ganhos são possíveis e se gabando dos seus. E ele realmente ganha muito dinheiro com isso. Numa tarde, chegou a fazer cerca de R$1.500,00. Este que vos fala, claro, pensando no quanto é um saco estar frequentemente duro, se sentiu seduzido pela ideia. Comecei perdendo, sim, mas tenho que admitir ter feito altos valores naquele troço. É aí que entra a pior mentalidade do jogo: você acumula dinheiro e, em vez de sacar logo e se manter no lucro, continua apostando na esperança de acumular mais, correndo o risco quase certeiro de perder tudo. Numa dessas, diz um depósito de R$50,00, acumulei cerca de R$700,00, mas só saquei R$250,00, saindo com lucro, mas perdendo a chance de ter mais em conta. Em outra ocasião, depositei R$40,00, acumulei R$340,00, mas continuei tentando até zerar tudo. Outro problema é a ideia de que, quanto maior o depósito, mais folga pode ter para apostar alto e ganhar mais. Claro, perdi dinheiro pensando assim. Piora, ainda, a sensação de “querer recuperar o dinheiro perdido”, que geralmente vem seguida de mais apostas e novas perdas. Outro exemplo: você aposta, ganha bem e sai no lucro, transfere o dinheiro para a sua conta, mas tenta mais vezes para conseguir novos ganhos e, ai sim, perdendo de vez o lucro que havia tido. 

Um ser humano sem dívidas é uma pessoa sem história, mas essa eu quero esquecer. Sinto vergonha de estar escrevendo isso, mas a necessidade de alertar é grande. Palavras de uma pessoa que prejudicou a própria vida financeira tentando resolvê-la. Terei de dar uma pausa nos gastos e na vida social até virar o mês (de janeiro).

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Escândalo Íntimo: uma análise incompleta

Após o lançamento de um single duvidoso que dividiu parte de seu público, Luísa Sonza mostrou que, além de ser uma das grandes divas pop brasileiras, é uma tremenda estrategista sobre seu próprio marketing. Escândalo Íntimo, seu novo álbum de inéditas, surgiu na noite de 29 de agosto carregado de conceitos, participações de peso, temáticas pessoais e variadas.

 

O primeiro single, “Campo de Morango”, trouxe a ousadia que o público costuma esperar de Luísa. Antes de seu lançamento, usuários do Twitter deram sugestões sobre o que poderia ser o conteúdo da canção. Ironicamente, a maior parte deles acertou. Muitos julgaram a letra explícita que, somada a uma melodia um tanto confusa, faz com que a música não pareça ter a qualidade que tem. Admito, não gostei tanto dela, mas jamais diria que é extremamente ruim. É uma canção ok. Em contrapartida, o segundo single, “Principalmente Me Sinto Arrasada”, traz uma Luísa melancólica, cantando experiências potencialmente ansiosas, beirando ao ataque. Claramente autobiográfica, mostra desespero, calma e uma busca por se reerguer o mais breve possível.

 

O restante do álbum

 

A faixa título é um instrumental relativamente tenso, que entrega uma ótima transição para “Carnificina”, no melhor estilo Chromatica II/911. A segunda faixa traz uma mulher fria e calculista, independente e ousada que já sofreu por amores e se vira diante das consequências. É difícil ler o título e não pensar em um dia normal no programa Brasil Urgente, mas esse não é o foco da canção.

 

“A Dona Aranha” é daquelas que te faz sentir algumas *coisas* enquanto ouve. Soa como uma continuação mais explicita da excelente “2000 s2”, de seu disco anterior. Nesta faixa, Luísa bradou um “ai, caralho” de tamanha emoção que nos dá a certeza de que ela inventou da expressão.

 

Uma melodia brasileiríssima marca “Luísa Manequim”, uma faixa com uma letra simples, que mostra mais ousadia pessoal, com uma pitada de dedo na ferida sobre os que querem chamar atenção para estar ao lado da própria e vão parar nas manchetes pelo mesmo motivo.

 

“Interlúdio – Todas as Histórias” é simples: ela bebeu e se declarou para alguém por quem se apaixonou fácil (ela se apaixona fácil).

 

“Romance Em Cena” é uma parceria com Marina Sena. Basicamente, dois dos pilares de sustento do atual pop brasileiro numa deliciosa canção sobre chamar um contatinho para uma noite de sexo casual e selvagem, sem qualquer indício de responsabilidade afetiva.

 

“Surreal” é outra faixa deliciosa de se ouvir. Inicialmente, adorei a ideia de Luísa flertar com o blues, até notar que a faixa foi gravada com Baco Exu do Blues, diferente do que seria se fosse com Baco Exu do Pós-Punk, enfim. Safada e fofa na mesma intensidade, a parceria mostra que, as duas vozes somadas, trazem o que pode ser a canção mais TESUDA do álbum

 

“Iguaria” é fofa e triste. Marcada pela saudade, mostra o lado emocionado dos relacionamentos, destacado pela frase “eu te namoro antes de ser tua”. 

 

Como falado sobre “Interlúdio – Todas as Histórias”, Luísa se apaixona fácil. O maior exemplo disso está em “Chico”. Em dois meses de namoro com Chico Moedas, o Chicoin (ou Gil Cebola do Casimiro, segundo Chico Barney), o álbum já conta com uma dedicatória em forma de canção. Contrariando sua própria faceta sexualmente liberal, Luísa nos mostra como a monogamia pode ser deliciosa.

 

O momento das relações em que o amor vai sumindo até que não exista mais. “Onde É Que Deu Errado” trata sobre o final de um romance que já foi um presente, mas se tornou apenas a nostalgia de uma fantasia e a busca pelos culpados do fim.

 

“Penhasco2” com DEMI LOVATO. Seria fácil parar por aqui, mas não é o caso. A letra não tem nada de tão complexo, sendo apenas a continuação de uma canção que já era triste por si só. Porém, quando temos a querida Demetria fazendo lindas firulas com a voz (e um intervalo lindíssimo com Luísa), gritando que “saudade não tem tradução”, somos obrigados a cumprir com o dever do aplauso. Se a voz de Demi é inteligência artificial, não sabemos. Há quem diga que suas regravações recentes são uma tentativa de “maquiar” o fato de que não atinge mais as notas altas como antigamente, num indício de que ela morreu e foi substituída, mas isso é outra história.

 



Não terminei e não pretendo.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Uma querida

Conheci uma webcolega pessoalmente. Amiga de uma amiga que mora na cidade do meu pai. Ela, por algum motivo, me seguiu no instagram sem que eu a conhecesse, isso há uns bons meses. E a segui de volta ao notar que havia uma conhecida em comum. Não sabia o quão a ver nós tínhamos um com o outro, então restava esperar pelo momento em que eu poderia finalmente vê-la. No princípio, achei muito bonita.

 

Ao chegar no evento, fiquei tímido pois sabia que ela estava lá. Sei que, se ela sabe de algo a meu respeito (a ponto de me seguir), certamente foi graças a nossa amiga em comum, que provavelmente fez uma boa propaganda de minha pessoa, o que eu acho ótimo. Após algumas cervejas e doses de coisas que nos eram servidos, tivemos a chance de conversar. Ela é muito gente boa, uma querida. Infelizmente, a bebida, somada ao fato de ter acordado cedo e estar cansado, me rendeu um corte deste momento em minha memória e não faço ideia sobre o que conversamos. Me recordo de dois momentos: um amigo nosso me chamando de canto pra falar sobre nós dois, botando uma fé que nem eu tinha; quando o som estava tocando Bad Romance, eu cantei o trecho “'cause i’m a free bitch, baby” e ela me olhou no fundo do olho, como se estivesse assustada, me deixando tímido outra vez.

 

Sou uma pessoa cautelosa quando se trata de possíveis flertes e eu nem sei se ali era o caso. Mas realmente adorei conhecê-la, embora não tenha ideia de quando poderemos nos ver de novo. Espero conversar com ela outra vez, um pouco mais sóbrio, de preferência, para aproveitar melhor o momento. E que não demore tanto para que isso ocorra.


 

 

 

Ah, droga, eu realmente queria beijar aquela mulher.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

#01 - Olá / O cliente nunca tem razão

Olá, queridos. Eu não faço ideia do que será deste espaço. Certamente um grande acúmulo de pensamentos, coisas que eu vejo por aí, assisto, leio e tudo mais. Já faz um tempo que sinto essa vontade de sair escrevendo qualquer coisa, só não sabia como e nem aonde. Enfim, isso pode ser o princípio de algo que eu não sei como será mantido, diária, semanal ou quinzenalmente. Tudo vai depender do nível de paranoia dos dias que passam.

Sejam bem-vindos e sintam-se em casa.

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Há um áudio que circula nas redes há um tempo. Nele, durante uma conversa com uma amiga, a moça que protagoniza a história descreve um date com um rapaz. No encontro, nas preliminares de um sexo casual, ele pergunta: “você gosta de ser humilhada?”. Ela prontamente responde: “moço, eu trabalho com atendimento ao público, sou humilhada todos os dias”. Essa introdução serve para destacar minha honesta reação e opinião diante do relato: ela está coberta de razão.

Trabalhar com o público requer paciência. Se você tem uma boa desenvoltura, fácil comunicação e habilidade para se desdobrar diante de pessoas complicadas, pode ser algo um pouco mais tranquilo. Mas, se você é historicamente tímido e introvertido, já tendo tido dificuldades básicas para se comunicar com qualquer ser humano, o desafio se torna maior. E é óbvio que este último exemplo é totalmente autobiográfico. Se essas dificuldades com relações humanas são apenas eu vivendo as consequências por ter sido este tipo de adolescente no ensino médio, provável que sim. Seria o ideal que eu estivesse na terapia dizendo isso em vez de escrever aleatoriamente? Mais ainda. Enfim, abri um leve parênteses no assunto e já me perdi, mas recuperarei o raciocínio logo.

Trabalho numa loja voltada à saúde. Assim, todo o tipo de gente a frequenta. Como em qualquer ramo comercial, acabamos lidando com pessoas um tanto desagradáveis (xingamentos internos enquanto escrevo). Seja um médico ou advogado com o queixinho empinado, passando pelo sujeito engomadinho de classe média alta e acha que é rico (leia-se pobre premium), até mesmo a senhora aposentada com carinha de neta de escravocrata. Tem de tudo. Você traz um rosto simpático, dá um bom dia/boa tarde (o mínimo que se exige de uma boa educação), mas não recebe de volta. Escuta pessoas no alto de suas arrogâncias exigindo coisas impossíveis, utilizando-se da famigerada carteirada, numa tentativa de impor o prestígio de sua profissão (geralmente advogados) ao trabalho honesto de alguém que apenas quer lhe orientar em suas compras. Nessas horas, eu sinto um refluxo, como se uma sequência de VAI TOMAR NO C* viesse em direção ao meu esôfago, chegando até a faringe, mas me obrigando a engolir de volta.

Sei que acontecimentos como esse não são exclusividade do ramo em que estou, mas invejo os que trabalham com outro tipo de público que, pode ser até nichado, mas se mantém próximo do que a pessoa é de alguma forma. Às vezes, os jovens me desesperam, mas seria mais fácil lidar com eles. E eu jamais cuspiria no prato em que como, considerando que ele paga minhas contas e parte do meu sustento, mas ganhar pouco para lidar com gente merda numa rotina repetitiva se torna desesperador com o tempo. Contudo, esse período me fez adotar uma espécie de ditado que tornou tudo libertador. Enquanto consumidor, não me excluo dele, mas me mantenho atento para não me tornar uma das referências na ideia de que, como o título sugere, o cliente nunca tem razão.

(Ou eu escrevia, ou chorava no trabalho. São escolhas.)